A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço e tem o formato de H. Ela produz os hormônios T3 e T4, responsáveis pelo controle do metabolismo e de diversas funções do corpo.
Os batimentos cardíacos, o ciclo menstrual e a função intestinal são exemplos de funções orgânicas que sofrem a interferência dos hormônios tireoidianos.
Para produzir seus hormônios, a tireóide precisa ser estimulada por um outro hormônio, chamado TSH.
É possível avaliar se a função tireoidiana está normal dosando no sangue TSH, T4 e T3, que devem estar em equilíbrio, pois são hormônios que se autorregulam.
O hipotireoidismo ocorre quando a tireóide não é capaz de produzir T4 e T3 suficientes, geralmente por algum problema intrínseco da glândula.
A causa mais comum é a chamada tireoidite de hashimoto, quando anticorpos produzidos pelo próprio corpo agridem a tireóide e levam à fibrose.
A forma mais precoce de detectar uma possível falha tireoidiana é avaliando o TSH, que sobe consideravelmente frente às mínimas quedas de T3 e T4, na tentativa de estimular sua produção.
Quando vemos TSH alto, mas ainda com T3 e T4 normais, estamos diante do hipotireoidismo subclínico.
Os sintomas de hipotireoidismo incluem pele seca, irregularidade menstrual, alterações de humor, sonolência e ganho discreto de peso.
O tratamento é feito com a reposição de T4. É uma medicação via oral, que deve ser tomada diariamente em jejum, pelo menos 30 minutos antes de se alimentar.
O hipertireoidismo diz respeito ao aumento da produção dos hormônios tireoidianos de maneira autônoma, ou seja, sem precisar do estímulo do TSH.
Isso ocorre nos casos de inflamação da glândula como um todo ou quando algum nódulo da tireoide passa a produzir hormônios.
Os sintomas incluem perda de peso, aumento da frequência cardíaca, intolerância ao calor, diarreia, irritabilidade e irregularidade menstrual. Pode se manifestar de maneira mais grave com arritmias cardíacas.
O diagnóstico é feito diante do aumento da concentração de T3 e T4 no sangue.
Assim como no hipotireoidismo, temos uma fase de hipertireoidismo subclínico, quando os níveis de T3 e T4 ainda estão normais, mas o TSH começa a cair frente ao menor aumento desses hormônios.
O tratamento é feito com o bloqueio da síntese de T3 e T4 com medicações orais, pelo uso de iodo radioativo para destruir a glândula ou até mesmo por retirada cirúrgica da tireóide.
Os nódulos de tireóide são as doenças mais comuns da tireóide, com prevalência de 10% na população adulta. Na maioria das vezes são benignos, sendo que os malignos respondem por 5 a 10% dos casos.
Os nódulos são diagnosticados através da palpação da tireóide por médico capacitado ou através da ultrassonografia.
Esse exame é particularmente útil para avaliarmos as características do nódulo, que vão nos informar sobre o risco de malignidade. Em caso de aspecto suspeito de câncer pelo ultrassom, é indicada a punção do nódulo para análise das células.
Na maioria das vezes os nódulos não trazem sintomas, mas caso sejam muito volumosos podem gerar sintomas de compressão das estruturas próximas a tireoide, como o esôfago e as cordas vocais, gerando dificuldade para engolir e/ou rouquidão.
Quando o nódulo é benigno e não causa sintomas compressivos, a conduta é apenas fazer o seguimento com ultrassom para avaliar crescimento. Caso produza hormônios ou seja muito grande, pode-se tentar fazer a ablação com iodo radioativo ou até mesmo cirurgia.
Quando a punção de um nódulo revela células sugestivas de câncer, deve-se realizar a retirada cirúrgica do nódulo para confirmar o diagnóstico através da biópsia do nódulo inteiro.
A cirurgia pode envolver a retirada da tireóide como um todo ou de apenas um lobo (lobectomia). Essa decisão é individualizada e tomada em conjunto pelo endocrinologista e o cirurgião de cabeça e pescoço após análise do caso.
O tipo de câncer de tireóide mais comum é o
carcinoma papilífero, que raramente cursa com metástases à distância.
Dependendo das informações obtidas pela análise da peça cirúrgica, como invasão de estruturas próximas da tireóide ou o tipo das células cancerígenas, determinamos o risco de recorrência do câncer mesmo após a cirurgia.
Quando o risco de recorrência é moderado ou alto, é indicada terapia com iodo radioativo pós-cirúrgica.
O seguimento é feito com reposição do hormônio tireoidiano e vigilância com exame de sangue e ultrassonografia cervical periódicos.
Sim, para dosar os hormônios relacionados à tireoide são necessárias pelo menos 4 horas de jejum. Para quem já vem em uso da reposição, deve tomar o medicamento apenas depois de coletar o sangue, para que não haja erros de interpretação do exame.
Em geral, isso não ocorre. Nódulos que tiveram uma punção benigna devem apenas ser seguidos por imagem e só devem ser repuncionados caso o volume aumente em mais de 50% ou haja mudança do aspecto. Com duas punções benignas, já se torna desnecessário uma terceira punção, mesmo que ele aumente.
Não. Os nódulos e o hipotireoidismo são duas condições diferentes. É absolutamente comum ter nódulos tireoidianos com produção normal de hormônios ou hipotireoidismo sem nódulos associados. Mas em casos em que haja retirada completa da tireóide por nódulo é necessária a reposição posterior do hormônio.
Fonte: Haugen BR, Alexander EK, Bible KC, Doherty GM, Mandel SJ, Nikiforov YE, Pacini F, Randolph GW, Sawka AM, Schlumberger M, Schuff KG, Sherman SI, Sosa JA, Steward DL, Tuttle RM, Wartofsky L. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer: The American Thyroid Association Guidelines Task Force on Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid. 2016 Jan;26(1):1-133. doi: 10.1089/thy.2015.0020. PMID: 26462967; PMCID: PMC4739132.
Sou Endocrinologista pela Universidade de São Paulo (USP) e titulada como Especialista na área pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Mais do que isso, sou especialista em cuidar de pessoas. Conhecer a fundo a história dos meus pacientes e utilizar meu conhecimento para
ajudá-los a viver com saúde é o que me realiza. A Endocrinologia é uma especialidade médica muito ampla, já que os hormônios são grandes maestros do funcionamento do nosso corpo e têm impacto em todos os órgãos. Por isso, me encantou à primeira vista.
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